As escolas fechadas e o isolamento social afetaram a nós pais e professores, mas principalmente às crianças e jovens.
Além dos danos à aprendizagem, temos que pensar no impacto emocional desta pandemia na vida de nossos alunos, que vem sendo sentido por um grande número de famílias. Birra, intolerância e até outros problemas de comportamento e relacionamento passaram a ser comuns nas maiorias dos lares. E não podemos pensar apenas nas consequências mais imediatas e visíveis, precisamos pensar nos reflexos futuros de tudo isso. Em outras palavras, precisamos pensar em como esta situação irá impactar na vida deles daqui para a frente. Inúmeras pesquisas começam a mostrar os impactos da pandemia e as possíveis soluções, mas ainda há muito pela frente. Estudos sugerem que crianças e adolescentes tendem a apresentar altos níveis de depressão e ansiedade após períodos de isolamento, aumentando em quatro vezes os riscos de desenvolver depressão na vida adulta. O medo em relação à doença, somado a incerteza sobre o futuro favorece o surgimento destes e de outros problemas que são prejudiciais tanto para o aprendizado quanto para a saúde física e emocional de nossos alunos. O estresse crônico altera a estrutura química e física do cérebro, prejudicando muitas vezes de maneira definitiva as habilidades cognitivas como atenção, concentração, memória e criatividade. Vale destacar que um grande número de distúrbios emocionais tem início na infância e na adolescência e é de suma importância que eles sejam identificados precocemente e tratados adequadamente para que não repercutam na vida adulta. Um relatório da OMS indica por exemplo o aumento dos casos de bullying e de manifestações de violência e ódio online. “O fechamento de escolas e as medidas de restrição deixaram muitas crianças presas em casas com seus abusadores, sem o espaço seguro que a escola costumava oferecer” comentou Henrietta Fore, Diretora Executiva da UNICEF durante uma entrevista. Infelizmente esta pandemia, entre outras coisas, também ajudou a exacerbar a desigualdade existente em nossa sociedade, e daqui para a frente, nós professores enfrentaremos muitos novos desafios. Não sabemos como, nem quando ou muito menos se, a vida voltará ao normal, mas a questão agora é tentar nos recuperarmos de tudo isso e aprender de que forma podemos melhorar. Não precisamos de nenhum estudo muito complexo para constatar que esta crise criará uma defasagem a nível acadêmico, e no caso dos alunos em situação de vulnerabilidade, aumentará ainda mais a diferença já existente quando comparados aos alunos com melhores condições. A estimativa é que as perdas a nível de aprendizagem chegarão a 30% quando falamos de alunos das redes particulares de ensino e de classes A e B, e até 70% quando falamos em alunos das redes públicas e das classes C e D, sem contar o aumento significativo na evasão escolar. Para piorar a situação, ainda são poucos os recursos e projetos em nosso país, voltados para evitar que esta situação se agrave ainda mais. O problema é ainda mais visível quando vemos que apenas uma pequena parcela de nossas crianças e jovens em idade escolar pode participar efetivamente de processos de aprendizado on-line. A grande maioria enfrentou obstáculos que vão desde a falta de acesso à Internet, passando por sistemas ineficientes oferecidos pelos governos até a falta da merenda que lhes garantia muitas vezes a única refeição do dia. "Há muitas razões para acreditar que os impactos do Covid-19 podem ser maiores para crianças em situação de pobreza", escreveu Megan Kuhfeld, uma renomada pesquisadora sobre educação em um estudo recentemente publicado. Além de tudo isso, temos que destacar que estas crianças são parte do grupo mais afetado pela doença, com taxas altas de infecção. A explicação é simples: seus familiares se expõe muito mais em busca da sobrevivência, pois em sua maioria não tem a possibilidade de trabalhar em regime de home office. Apesar das crianças serem menos propensas a contraírem a doença, as altas taxas de mortalidade em seus núcleos são devastadoras tanto a nível econômico quanto emocional. Deste modo, podemos dizer que esta pandemia chega agravando problemas sociais e econômicos já existentes. Se queremos mudar esta realidade devemos pensar em educação emocional e nós como professores podemos ajudar neste processo. Quando as aulas voltarem, muitos alunos além de defasados academicamente, precisarão de ajuda a nível emocional. Estabelecer um ambiente seguro e favorável, fazendo o uso de estratégias centradas na recuperação e no bem estar deles, é uma das melhores alternativas para essa retomada. Trabalhar em parceria com psicopedagogos e implementar programas de atenção plena e educação emocional no ambiente irão ajudar e os educadores precisam se preparar. A transição abrupta para o aprendizado on-line não nos deu tempo para planejar uma estratégia que pudesse atender adequadamente às necessidades de nossos alunos e por isso vemos tanto insucesso. Acho que isto nos ensinou algo, não é? Precisamos aproveitar o momento atual para nos prepararmos para esta nova realidade que está por vir, e assim poderemos ajudar nossos alunos de maneira efetiva. Quer saber mais como levar Yoga e seus recursos de atenção plena e educação emocional para crianças e jovens? Inclusive em ambiente escolar? Clique aqui e conheça nossos cursos de Formação e Especialização 100% EaD/Online. Namastê, Cassia Parmeggiani ![]() On Yoga, a arquitetura da paz, do diretor Heitor Dhalia é uma excelente pedida para essa quarentena e está disponível no Netflix. O filme é baseado no livro homônimo de Michael O' Neill – publicado pela Taschen. Este projeto conta a história de 10 anos de Michael conhecendo e fotografando gurus e grandes mestres de Yoga e foi criado como uma versão mais aprofundada do livro original, uma extensão do mesmo. Através de questionamento filosófico simples, trabalho de câmera requintado e som experiencial, apresenta uma visão única da arte do Yoga nos tempos modernos. Vale tanto a pena, que vou assistir mais uma vez.... Confira o trailer clicando aqui. No site oficial (em inglês) vocês encontram mais informação sobre o projeto, entrevistados e sobre o brasileiro Heitor Dhalia, diretor do filme. http://onyogathearchitectureofpeace.com Todos nós fomos pegos de surpresa por esta pandemia e não tem sido fácil lidar com a ansiedade e inquietação que esta situação de estar presos em casa nos gera.
Se somarmos a isso as incertezas, medos e questionamentos sobre o futuros, fica bem difícil se adaptar a esta realidade, mesmo que ela seja passageira. Como diria Freud "a ansiedade é como um hóspede indesejado que se recusa a sair". Tudo o que precisamos fazer é escolher o caminho da consciência, que é o caminho da sabedoria interior. Ter consciência do que nos acontece e enfrentar o problema, compreendendo e gerindo nossas emoções e fazendo as escolhas certas. Primeiramente precisamos aprender a nos acalmar, pois somente neste estado encontraremos a verdadeira solução para nosso estresse e ansiedade. Nestes momentos, o Savasana é uma dádiva para nosso sistema nervoso. Sua prática regular nos ensina que podemos superar a ansiedade e mergulhar em um estado de paz onde todos os nossos sistemas são restaurados e aprimorados. Ele nos dá a oportunidade de fazermos as pazes com nós mesmos, trazendo consciência sobre nossa vitalidade e nos convidando a viver plenamente. Reflita sobre a célebre frase do poeta romano Juvenal: “Mente sã, corpo são.” Não é a mente que depende da saúde seu corpo, muito pelo contrário, é o corpo sadio que depende de uma mente sadia. Esta é uma postura de Yoga simples e muito eficaz, onde deitados, respiramos conscientemente e relaxamos, dando espaço para a reflexão que leva a solução dos problemas. Encontre um lugar confortável e silencioso, e deite-se, no chão mesmo ou sobre um tapetinho de Yoga. Afaste os pés, repouse os braços do lado do corpo com as palmas das mãos viradas para cima. Respire profunda e lentamente, prestando atenção em sua respiração, observando seu peito subir e descer. Ao expirar, tente esvaziar seus pulmões somo se estivesse suspirando e colocando para fora todos os seus medos, ansiedade e emoções negativas. Sinta-se profundamente relaxado e permaneça nesta postura de 5 a 10 minutos. Para sair da postura, não levante correndo… Gire e se espreguice como se estivesse acordando e vá levantando com calma. Namastê Cassia Parmeggiani |
AutoraCassia Parmeggiani é professora de Yoga, Membro da Yoga Alliance E-RYT 200 /Yacep, International Yoga Teachers’ Association e da Aliança do Yoga - Padrão 500h, Doula formada pelo Gama-SP e por mais de 15 anos se dedicou ao magistério e à educação infantil. Histórico
Março 2021
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