O que é Ahimsa?

Ao ensinarmos Yoga para crianças e jovens, eles terão acesso a muito mais do que simples posturas ou técnicas de respiração e meditação.
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Direta e indiretamente estarão expostos a uma profunda e enriquecedora filosofia milenar que irá certamente contribuir para seu pleno desenvolvimento, físico, mental, emocional, espiritual, ético e moral.

Acredito que ter uma compreensão mesmo que básica pode conduzi-los a um nível de aprendizado muito mais profundo.

Uma dos primeiros conceitos que apresentamos a nossos aluninhos, sempre de forma simples e adaptada são os Yamas e Niyamas.

Por volta de 400 dC, Patanjali compilou 196 aforismos sobre o Yoga Clássico, adicionando suas próprias explicações e considerações, criando o que conhecemos com os Yoga Sutras, descrevendo entre outras coisa os oito membros ou passos do Yoga.

Os Yamas e Niyamas, são os dois primeiros e constituem um conjunto de votos ou princípios éticos e morais para uma vida enriquecedora, equilibrada e feliz.

O primeiro Yama é ahimsa, traduzido normalmente como “não-violência”.

Um conceito que nos incentiva a viver uma vida de bondade e compaixão por tudo e por todos.

Uma orientação que a cada dia se torna mais importante, principalmente no momento atual.

Um princípio que deveríamos compartilhar diariamente com nossos filhos e alunos, contribuindo para um mundo melhor.

Entenderam porque sempre começo por ele?

Ahimsa é o respeito por nós mesmo, pelas demais pessoas, pelos animais e pelo mundo que nos cerca.

Aqui deixo algumas dicas sobre como incorporar isso a nossas vidas:


Seja bom consigo mesmo

Dedique tempo a si mesmo;
Aceite-se e perdoe-se todos os dias;
Seja grato por ser quem você é;
Sorria;
Viva uma vida saudável;
Alimente-se bem;
Pratique atividades físicas;
Cuide-se física, mental e emocionalmente buscando estar em equilíbrio;
Preencha-se de bons pensamentos.


Seja bom com os demais

Faça o bem aos demais sem esperar nada em troca,
Faça com aos outros o que você gostaria que fizessem com você,
Seja gentil sempre,
Tenha empatia, coloque-se  sempre no lugar do outro,
Espalhe bondade e amor,
Agradeça sempre.


Seja bom com o mundo que o cerca

Escolha uma paixão e comprometa-se a fazer a diferença,
Respeite os animais e o meio ambiente,
Reduza, reutilize e recicle,
Use menos plástico,
Apague as luzes,
Reduza o uso de água,
Esteja ciente de seu impacto na Terra,
Respeite os animais e a natureza,
Saia da sua zona de conforto, para um propósito mais elevado.


Mahavira e Chandkaushik

Uma história antiga fala sobre Mahavira e Chandkaushik (uma cobra venenosa).

​"Certa vez, a caminho da aldeia Vachala, onde vivia Chandkaushik, Mahavira ouviu que as pessoas da aldeia perto da floresta viviam em terror absoluto.

Mahavira parou na floresta onde Chandkaushik vivia e começou a meditar.

Sentimentos de paz, tranquilidade e preocupação com o bem-estar de todos os seres vivos fluíram no coração de Mahavira.

Por outro lado, Chandkaushik, ao encontrar Mahavira, sibilou de raiva, mas não viu nenhum sinal de medo nele e isso a deixou mais zangada.

Então ela soprou veneno em Mahavira três vezes, mas mesmo assim ele seguia em sua postura de meditação absoluta.

Totalmente enlouquecida Chandkaushik concentrou todo o seu poder e mordeu o dedo do pé de Mahavira, vendo o leite branco escorrer.

Foi então que Mahavira abriu os olhos, calmo e compassivo, olhou para Chandkaushik e  pediu que a cobra superasse sua raiva e amargura e ficasse em paz.

Chandkaushik percebeu que sua ira não surtiria efeito sobre Mahavira, concordou, ficou calma e pacificamente retirou-se para seu buraco."

Como podemos perceber, todos podemos nos beneficiar do comportamento não violento por meio da educação e da prática.

Namastê
Cassia Parmeggiani
Equipe Pequenos Yogis

• Mahavira também conhecido como Vardhamana, foi o vigésimo quarto tirthankara que reviveu o jainismo. Ele expôs os ensinamentos espirituais, filosóficos e éticos dos tirthankaras anteriores da remota era pré-védica.  Acredita-se que Mahavira nasceu no início do século VI a.C. em uma família real xátria na atual Bihar, na Índia, tendo abandonado seus bens aos 30 anos de idade e saido de casa em busca do despertar espiritual, tornando-se um asceta. Alguns estudiosos sugerem que ele viveu no século V a.C., contemporaneamente com o Buda.

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